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21 de fev. de 2011

::Produtos eróticos já são vendidos de porta em porta::

Poucos fabricantes de produtos eróticos adotam a venda direta ao consumidor. Até chegar ao destino final, os itens percorrem uma teia que emprega, segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), mais de 50 000 pessoas. Das fábricas e importadoras, seguem por distribuidores regionais e pousam nas prateleiras dos sex shops ou lojas de lingerie. As sacoleiras estão na ponta desta cadeia e levam a mercadoria nas casas do consumidores. "Minha cidade tem um sex shop, mas as mulheres não entram por timidez", conta Fernanda Araújo, 22 anos, que vende de porta em porta produtos eróticos em Pindamonhangaba, interior de São Paulo. Com 500 clientes fixas, Fernanda raramente atende a uma mulher por vez. "Elas gostam de chamar as amigas e fazer uma espécie de chá erótico". Na maletinha roxa que a acompanha todo o tempo, a vendedora carrega o que há de novo em matéria de próteses, vibradores, lingeries e até óleos comestíveis. Hoje, o público feminino corresponde a 70% dos consumidores de produtos eróticos no Brasil. "Nunca tente vender 300 reais na primeira compra", aconselha Fernanda. "As mulheres sempre começam com um olinho, um gel, e depois, quando o parceiro já está mais a vontade, sugerem alguma coisa mais ousada", diz a vendedora, que chega a ganhar R$ 3 mil por mês.
Paula Didier Monteiro Lustoza, especialista na organização de despedidas de solteira e de casada não gosta da nomenclatura sacoleira. Prefere classificar de sex shop em domicílio. Aos 25 anos, inclui no seu catálogo de produtos as lingeries sensuais com manequins que vão do PP ao 54. "O sexo está na moda".
No Brasil, não há sequer legislação específica para esse mercado. Só os cosméticos obedecem às regras bastante rígidas da Anvisa. Os produtos importados geralmente atravessam a fronteira rotulados como brinquedos. "As pessoas olham um vibrador na alfândega e começam a rir", lamenta Evaldo Shiroma, presidente da Abeme. "Já fiquei retido seis horas na Polícia Federal para conseguir entrar no país com uma Real Doll". Shiroma refere-se à boneca erótica famosa pela semelhança com mulheres reais. Tão reais quanto as justificativas enfileiradas pelo empresário para declarar-se otimista com o futuro.
 FONTE:http://veja.abril.com.br/noticia/economia/produtos-eroticos-ja-sao-vendidos-porta-porta

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